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Assessoria de Comunicação HoRa Equipe HoRa com Marga e José Roberto Höfig Ramos e o coordenador do programa BPA, Ezequiel Rodrigues do Valle
28/11/2018

BPA é forma de organizar os sistemas de produção, diz coordenador

Programa faz raio-x da propriedade e aponta o que precisa ser melhorado para torna-la mais eficiente e sustentável

O coordenador nacional do Boas Práticas Agropecuárias (BPA) da Embrapa Gado de Corte, engenheiro agrônomo Ezequiel Rodrigues do Valle esteve na Fazenda Nossa Senhora de Fátima, em Brasilândia (MS), no último dia 20 de novembro, apresentando o programa aos funcionários da HoRa Höfig Ramos. A HoRa começou o processo para obter a certificação, garantindo assim o reconhecimento de um trabalho de produção sustentável que já vinha sendo feito dentro de suas porteiras.

O BPA é um conjunto de normas e procedimentos, desenvolvido pela Embrapa, que devem ser seguidos pelos produtores rurais para que, além de tornar os sistemas de produção mais rentáveis e competitivos, assegurem também a oferta de alimentos seguros, produzidos de forma sustentável.

Valle, um dos criadores do programa, explica que a ideia surgiu durante sua coordenação da Câmara Setorial de Bovinucultura de Corte, da Secretaria de Produção e Turismo do Mato Grosso do Sul, em 2003  “Tínhamos 28 entidades nessa câmara ligadas à cadeia produtiva da carne bovina. E percebemos que precisávamos de normas para orientar os produtores sobre como produzir carne de qualidade e garantir o fornecimento de alimentos seguros, produzidos de forma sustentável”, conta. Essa seria uma resposta ao mercado externo que, na época, acusava os pecuaristas brasileiros de exploração de mão de obra escrava e desmatamento entre outros fatos desastrosos.  “A gente precisava mostrar que não era bem isso que estava acontecendo.  Mas também precisava preparar os produtores para os novos desafios do mercado internacional”, explica.

O programa foi delineado de forma que se tornasse uma ferramenta de gestão, que ajudasse o produtor a melhorar os pontos fracos de cada propriedade. Todas – independentemente do tamanho – podem participar. Porém, ela tem que ser rentável porque algumas coisas exigem investimentos. “A ideia é fazer um raio x da propriedade tomando como parâmetros todos os pontos do sistema de produção, o que está bom, o que está ruim, o que pode ser melhorado e o que é preciso fazer para melhorar, organizando-a”, diz.

Logicamente, as propriedades com instalações inadequadas ou pastagens degradadas terão que fazer investimentos mais altos para corrigir isso. “A gente sabe que o dinheiro está difícil, que os recursos disponíveis não têm juros atrativos. Por isso que não há um prazo de implantação do BPA. Vai depender de cada um, da sua vontade de fazer, do que é possível fazer e dos recursos disponíveis”, explica.

Mas a maior dificuldade de implantação, segundo o pesquisador, ainda está na visão do produtor tradicional, que não quer mexer no sistema de produção ou não tem vontade de mudar. “Precisamos quebrar essa inércia. Todos que aderiram ao BPA se mostraram interessados em melhorar seus sistemas de produção. E esses trouxeram outros”, aponta Valle.

Os resultados, segundo o coordenador, estão sendo relatados como excelentes. “Ainda não tivemos ferramentas e gente com treinamento adequados para avaliarmos nós mesmos o retorno financeiro que o BPA proporciona. Porém, sabemos que os produtores participantes estão bem animados com os resultados, principalmente na questão da organização da propriedade rural e de estarem preparadas para enfrentar novos desafios”, diz. Numa segunda fase, de acordo com Valle,  depois da fazenda estar toda organizada, com os protocolos implantados, o produtor ou de grupos de produtores podem utilizar essa ferramenta para fazer seu marketing. “Mostrar que sua propriedade está ambientalmente correta, socialmente justa e, com isso, virão resultados econômicos viáveis”, afirma.

Nas fazendas da HoRa, que já foram visitadas pelo coordenador, serão necessários apenas pequenos ajustes para se adequar totalmente às normas da BPA. “São mais coisas de organização do que investimentos.  Pelo que vi, não será necessário mexer em pastagens, cercas e currais e em nada do tipo. Agora vamos avaliar a documentação, papelada, fazer o checklist para conhecer melhor os detalhes”, explica.

Pelo interesse que o diretor executivo da HoRa Höfig Ramos, José Roberto Höfig Ramos, tem demonstrado no programa, essa organização será feita exatamente de acordo com que o checklist apontar. “O programa nos ajuda a enxergar aquilo que estamos fazendo certo ou errado e de que maneira pode se preparar para melhorar os processos desenvolvidos.  E também  torna a equipe da fazenda mais integrada, onde cada um conhece a importância daquilo que faz, da atividade que desenvolve, de como se organizar em relação a isso”.